Caos em camadas na exposição de Malu Engel

Me surpreendi com o despojamento dos quadros de Malu Engel, recém-formada em Artes pela Universidade de Brasília. A pintora força o advento do caos para dele extrair camadas que serão irremediavelmente sobrepostas por outras. O trânsito pela abstração enriquece as superfícies ricas de gestos e cor. Permanece o registro dos embates quase corpóreos da jovem artista no ateliê, e essa energia, tão preciosa e rara, promete subsistir em sua produção futura. A pintura como território de experimentação, recusando-se os atalhos fáceis e zombando das conclusões demasiadamente polidas que geralmente percebe-se no cenário atual das artes. Que a visceralidade de Malu Engel perdure!

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