Lineares
Os desenhos lineares possuem uma ligação com a obra do pintor Piet Mondrian, que fundou uma estética baseada nos princípios básicos da cor e da forma, criando estruturas com linhas verticais e horizontais preenchidos de cores primárias.
Ao ler “A Poética do Espaço” de Gaston Bachelard passei a conceber meu desenho que inicialmente partia de um quadrado fechado ( plano) e o recortava com linhas verticais e horizontais, e a partir desses eixos criava formas geométricas que ora se convertiam em uma janela, uma árvore, um boeiro, uma casa, uma estrada e tantos outros signos que surgiram desses devaneios sobre o espaço puro e as formas elementares.
Posteriormente, me iniciei nos estudos filosóficos de Gilles Deleuze e Felix Guatarri, especialmente o conceito de “rizoma”, apresentado em “Mil Platôs”, cuja proposta aponta para um modelo não hierárquico, descentralizado, com múltiplos pontos de força, aberto rupturas, acolhendo leituras diversas.
Essa forma de conceber o desenho também se desdobra para a criação de estruturas totêmicas, verticalizantes, equilibrados com elementos simétricos, uma espécie de cosmologia pessoal, inspirada nos elementos da Natureza.